segunda-feira, 29 de março de 2010

Reportagem VEJA "Páscoa eleva venda de coelhos e, em consequência, número de abandonos"


O link acima é de uma repostagem da revista VEJA desta semana, sobre o abandono de coelhos após a Páscoa. A Maite e o Puca são nossos amigos e clientes, e contribuíram para a reportagem.
No entanto, discordamos da afirmação do Marco Ciampi, presidente da ONG Arca Brasil, e abaixo segue o nosso e-mail à revista.
Ficamos na dúvida de se o comentário foi colocado tentando desestimular a compra desses animais, porém, em vez de divulgar uma afirmação incorreta, deveria ser incentivada a conscientização antes da adoção / compra e a posse responsável não só de coelhos, mas de todos os outros animais de companhia.


Bom dia,

Lí a reportagem de vocês sobre o abandono de coelhos e, antes de tudo, gostaria de parabenizá-los por esta iniciativa. Sou veterinária de animais silvestres e exóticos e, observamos que, após a época da Páscoa, realmente acontecem abandonos de coelhos adquiridos neste feriado. Porém, tenho que discordar da afirmação de Marco Ciampi, que classifica os coelhos como animais silvestres e diz que eles não servem como companhia. Primeiramente, os coelhos (Oryctolagus cuniculus) são animais domésticos há centenas de anos, originários da Europa. O Tapiti, (Sylvilagus brasiliensis), um tipo de coelho silvestre, ocorre no Brasil e não é um animal domesticado. Contudo, o Puca, coelho apresentado na foto, e os coelhos vendidos em pet shops da cidade de São Paulo, principalmente na Páscoa, fazem parte do primeiro grupo (Oryctolagus cuniculus), domesticados, e adaptados à criação como animais de companhia (pets). Tendo em vista toda a experiência da Clínica Wildvet, especializada no atendimento desses animais, e também toda a literatura sobre nutrição, cuidados, medicina e criação de coelhos, em muitos países desenvolvidos, é errado afirmar que esses animais são silvestres e equivocado dizer que não servem como companhia.

Realmente, coelhos são animais dóceis, inteligentes e carinhosos, e, fiquei na dúvida se a última afirmação da reportagem foi colocada para desestimular a compra e consequente abandono desses animais, mas acredito que uma informação incorreta não deva ser divulgada, e sim a conscientização das pessoas antes de optar por esse ou qualquer outro pet.

Atenciosamente,

Fabiana Santos Ferreira
Médica Veterinária
CRMV-SP 21.578

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